agosto 02, 2005

Carlos Marighella

Liberdade
Não ficarei tão só no campo da arte,
e, ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente, alheio à própria sorte.

Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora,em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.

Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.
E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome”

São Paulo, Presídio Especial, 1939

3 comentários:

Vagabundo disse...

Olá Sara..
Ainda não li o livro do desassossego", mas de certeza que irá ser mais um a ler.

CP disse...

Muito bem.

Anónimo disse...

Keep up the good work » »