agosto 19, 2005

O Meu Sonho Habitual


Tenho ás vezes um sonho estranho e penetrante
Com uma desconhecida, que amo e que me ama
E que, de cada vez, nunca é bem a mesma
Nem é bem qualquer outra, e que ama e compreende.

Porque me entende, e o meu coração, transparente
Só pra ela, ah!, deixa de ser um problema
Só pra ela, e os suores da minha testa pálida,
Só ela, quando chora, sabe refrescá-los


Será morena, loira ou ruiva? - Ainda ignoro.
O seu nome?Recordo que é suave e sonoro
Como esses dos amantes que a vida exilou.

O olhar é semelhante ao olhar das estátuas
E quanto á voz, distante e calma e grave, guarda
Inflexões de outras vozes que o tempo calou.

Paul Verlain " Poemas Saturnianos e Outros"
Edição Assírio & Alvim- 1984

9 comentários:

Anónimo disse...

Ó Vagabundo, estarás a transferir os sonhos e desejos de Verlain para ti? Hi, Hi, Hi!!! Para mim, é um dos melhores poemas dele. Representa o sonho permanente de encontrar o amor e essa busca incansável pela mulher perfeita...que pode ser qualquer uma...mas tem que amar e ser amada.

Francis disse...

Só porque estive a ler a tua lista de favoritos...
Conheces Grand Funk Railroad?

Português desiludido disse...

uem procura sempre encontra, será?
1 Abr
Pedro

Anónimo disse...

Vagabundo, vagabundo... nós vivemos à procura, à procura... é uma procura constante, e mais não digo porque de cada vez que gosto de alguma coisa em especial fico assim quietinha a olhar...Gostei deste poema.

Anónimo disse...

Parabens pelo poema escolhido,é lindo,continua a dar-nos cultura.
Daisy......

Sputnik disse...

Aiii...é por estas e por outras que eu concordo com quem disse que o sonho comanda a vida! Quanto ao rappel seria muito arriscado;)
Boa semana;)
beijos Marisela

Anónimo disse...

Muito bonitas as palavras com que nos brindas.
Bjs

Menina Marota disse...

Amar e ser amado, não é o sonho de todos? Mesmo dos Poetas...

Abraço ;)

Nina disse...

Este poema é lindo :)