junho 13, 2007

I - BADALO NA MÃO

Com grande respeito pelos “cãezinhos”, vou dizer quem sou. Em tempos idos condecorei-me com o titulo de “Proletário Internacional”. Como este titulo já cheira muito a bafio, determinei mete-lo no armário das velharias. Não estranhes, leitor amigo. Ouve-me bem. Vai por mim. Sou mesmo assim. Excogitei a asneira de ter uma mais choruda condecoração. Garanto-te, irmão no culto da Vida, na prática do Bem, no clima de SINSERIDADE, que nunca me candidatei a condecorações ou prémios.
Vi que condecorações e prémios exigiam uma preparação assaz longa em universidades de culto fidelíssimo ao intenso e extenso “Reino da Mediocridade”. Os grandes-mestres destas instituições “modelares” são muito avares na distribuição de títulos, condecorações e prémios. Ai o que vou dizer!... Consta-me que os grandes potentados destas instituições são, em boa parte, dominados por imperativos, mais que categóricos, dum certo numero de sociedades secretas. Cala-te boca! É melhor ficar por aqui. Sei qual foi o martírio do meu ilustre “confrade” quando publicou o livrinho com o titulo “ Os Burros”. Dizem as más-línguas que se referia à Assembleia da Republica do seu tempo.
Catei, muito a meu gosto, alguns meandros da concessão de títulos e de condecorações. Fiquei assustado com a grande reserva deles para com a “sacrossanta família” dos “afilhados” e dos “afilhados de outros afilhados”. Senti o grande favoritismo concedido a “todos os clubes do elogio mutuo”. Há muito mais a vomitar, mas…”cala-te boca!”. Isso da “liberdade de expressão” é balela, só boa para deitar “poeira” nos olhos dos “parvinhos”. De resto sinto-me orgulhoso por viver fora destas escolas e destes clubes, em que predomina a ditadura contra o HOMEM-HOMEM. Apontarei ainda que há certas virtudes fundamentais: hipocrisia e bajulação. A mascote deste clima é o “CAMALEÃO”.
De resto, leitor atento, temos de medir o sentido de tais títulos, prémios ou condecorações, avaliando sempre a “fonte turva” donde tudo isto procede. Quem não conhece a “crónica” dos grandes “donatários” daquilo que não lhes pertence? Vale a pena aprofundar este clima, examinando bem a atitude dos “cozinheiros” destes pratinhos tão cobiçados, em virtude dos fortes temperos duma “babosa adulação”. Por outro lado, os tais “donatários” exigem sempre que o seu calçado ande sempre muito bem “engraixado”.
Sá de Miranda conhecia-os bem, pois já populariam século de quinhentos. Eis aquilo que eles nunca poderiam ser:

“Homem dum só parecer
Dum só rosto e duma fé
D’antes QUEBRAR QUE TORCER
Outra coisa pode ser,
HOMEM DA CORTE NÂO É”!...

BADALADAS CINICAS
Reis Brasil
Visconde de “Além-da-Ponte”
Comendador da Ordem da Frontalidade