julho 31, 2005

BOSQUÍMANOS

A etnia com maior risco atual de extinção é a dos bosquímanos, que ao longo dos anos teem vindo a ser perseguidos e dizimados, nos últimos anos de guerra na zona central de África.As suas origens datam de há cerca de 20 mil anos atrás, no Kalahari, onde permaneceram e se multiplicaram até a chegada dos colonizadores brancos que os denominaram "bosquímanos", porque viviam nos "bosques", nómadas e muito primitivos.
De vários milhões foram reduzidos a menos de cem mil pela escravidão, massacres, canibalismo das tribos vizinhas e pela colonização que os expulsou de seu habitat natural. Hoje, não possuem terras para a sua sobrevivência e, desde 1986, foram privados de qualquer direito sobre as terras dos ancestrais pelo governo do Botsuana, que iniciou uma luta de perseguição e genocídio, afastando-os das melhores terras para lugares que não lhes permitem plantar.

julho 27, 2005

Sudão: Hora de Capturar os Criminosos

Apesar de 21 anos de crimes de guerra e crimes contra a humanidade no Sudão, nem um único perpetrador foi trazido à justiça.
21 anos de conflito. Mais de 2 milhões de mortos. 6 milhões forçados a deixar os seus lares. Milhares de mulheres e crianças raptadas e/ou violadas. Centenas de aldeias destruídas e familiares ainda desaparecidos.
O mundo inteiro conhece os horrores cometidos no Sudão, contudo apesar destes números aterradores, num um único perpetrador de crimes de guerra ou crimes contra a humanidade no Sudão, foi trazido à justiça. Isso poderá encorajá-los a cometerem futuros crimes.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas embora saiba que os seus apelos para julgar os suspeitos no Sudão têm sido ignorados, continua a falhar em agir.
Nós, como membros da comunidade internacional, devemos agir de modo a assegurar que os perpetradores dos piores crimes possíveis no Sudão, sejam responsabilizados individual e criminalmente.

julho 25, 2005

TIBETE

Nunca li tamanha aberraçao, encontrei este texto na pagina da Embaixada Chinesa no Brasil.
"É um fato reconhecido universalmente por todos os países no mundo que o Tibete é uma parte inalienável do território chinês. Em 1959, o Governo Central da China realizou reforma democrática no Tibete à exigência de milhões de servos tibetanos e aboliu o sistema cruel de servidão. As numerosas massas populares, antes escravos, se tornaram assim dono do país em vez de escravos e começaram daí a usufruir os amplos direitos humanos e liberdades fundamentais. Contudo, uns muito poucos donos de servo do Tibete exilados no estrangeiro nunca podiam esquecer-se dos seus privilégios perdidos. Sob o respaldo de algumas forças internacionais, eles inventaram uma chamada " Questão dos Direitos Humanos no Tibete " para enganar a mídia internacional com o objetivo de separar o Tibete da China e restaurar seu estatuto dos donos de servo como no passado. Nesse contexto existe uma questão de Dalai Lama, que deixou de ser uma questão religiosa mas sim política. O grupo de Dalai trata-se de um grupo político separatista com organização e orientação e o próprio Dalai não é, de maneira alguma, exclusivamente uma figura religiosa mas sim um politiqueiro engajado nas atividades separatistas da Pátria. Foi chamado por Dr. Henry Kissinger, ex-Secretário do Estado dos Estados Unidos da América, como "monge político". Opomo-nos a que Dalai pratique quaisquer atividades separatistas em qualquer país ou região em qualquer qualidade e nem as personalidades oficiais de qualquer país ofereçam local para as atividades de Dalai sob qualquer título."
http://www.embchina.org.br/por/c12243.html

julho 14, 2005

JACK KEROUAC (1922-1969)

Descoberta peça inédita do escritor Jack Kerouac
Uma peça inédita em três actos do escritor beat americano Jack Kerouac foi descoberta num armazém de Nova Jérsia, anunciou a revista Best Life, que irá publicar excertos da obra na sua edição de Julho. Beat Generation foi escrita em 1957, ano de Pela Estrada Fora, um dos livros que tornou Kerouac célebre. "É uma obra maior de um dos maiores nomes da história literária americana, e ei-la, nunca lida, coberta de pó há um século", disse à AFP o chefe de redacção da Best Life, Stephen Perrine. A peça, que Marlon Brando recusou interpretar, apesar dos pedidos do próprio Kerouac, conta um dia na vida dissoluta do alter ego literário do autor, Jack Duluoz, entre personagens que recordam outros autores beat, como Allen Ginsberg.

julho 13, 2005

YAGÉ - CAAPI - AYALUASCA

A planta Banisteriopsis caapi é uma trepadeira que cresce na Amazónia e produz uma droga conhecida por vários nomes: para os índios brasileiros e colombianos ela é a caapi, enquanto no Peru, Bolívia e Equador a ayahuasca, nos Andes tem o nome de yagé, e é obtida através da fervura das cascas recém-formadas da trepadeira caapi.
De acordo com a região, outras plantas psicoactivas podem ser misturadas ao preparo de caapi, como a datura, rica em alcalóides da beladona, e a Banisteriopsis rusbyana, que contém DMT (n,n dimethyltryptamine, um poderoso alucinógeno). Depois de fervido durante horas, o equivalente a um copo de beberagem contém cerca de 400 miligramas de alcalóides, o que, segundo pesquisadores norte-americanos, é quatro vezes superior à dose necessária a uma pessoa não habituada ao uso frequente da droga. Grandes quantidades de yagé podem causar morte por envenenamento.
O princípio activo do caapi, conhecido como harmina, pode ser extraído e transformado em cloreto de harmina, droga aspirada ou mascada para produzir os mesmos efeitos da beberagem.Imediatamente após a ingestão de yagé, vomita-se; em seguida, começam os efeitos propriamente ditos: embriaguez acompanhada por alucinações e uma loucura de luzes coloridas. Também pode ocorrer insónia, perda de coordenação e vertigens. À medida que os efeitos se intensificão, as alucinações entram num grau mais avançado e o pode acontecer um aumento de visão nocturna e um desenvolvimento da energia psíquica, assim como uma estimulação dos sentidos sexuais. Um estudo realizado nos Estados Unidos afirma que "yagé em demasia pode transformar a mente num pesadelo de visões, acompanhadas por sentimentos .


julho 12, 2005

Friedrich Nietsche ( 1844 - 1900)


“E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno, onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Marcos, 9:47-48). – Não é exatamente do olho que se trata...

“Não julgueis, para que não sejais julgados ...com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mateus 7:1-2). –
Que noção de justiça, que juiz “justo”!...

“Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:15). –
Muito comprometedor para o assim chamado “pai”.

“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?” (I Paulo aos coríntios, 6:2). – Infelizmente, não é apenas o discurso de um lunático... Esse espantoso impostor assim prossegue: “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?”...

julho 11, 2005

Mário de Sá Carneiro ( 1890 - 1916)

Disse Fernando Pessoa, seu amigo:«...O Sá-Carneiro não teve biografia: teve génio. O que disse foi o que viveu.»


FIM
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.


Mário de Sá Carneiro(1916)

julho 10, 2005

Milorad Pavic


DICIONÁRIO KAZAR
"O autor actual deste livro garante que o leitor não será condenado a morrer depois de o ter lido, como foi o destino dos seus predecessores, em 1691, quando o Dicionário Khazar ainda estava na sua primeira edição e quando o seu autor ainda vivia. A propósito dessa 1ª edicão é necessário fornecer algumas informações, mas, a fim de não se estender inutilmente, o lexicógrafo propõe um acordo ao leitor: ele escreverá as suas observações antes do jantar; o leitor lê-las-á depois das refeições. Assim, a fome impulsionará o escritor a ser breve e o leitor, saciado, não achará a introdução demasiado longa."
O Dicionário Khazar conta três versões da conversão do [Khazar]: a versão cristã, a versão islâmica e a versão judaica. É um romance em forma de dicionário. O livro é composto por três dicionários em que algumas das entradas são repetidas e por vezes podem contradizer-se entre si. O livro vem em duas versões, uma versão masculina e uma versão feminina.
Segundo o livro, os [Khazar] habitaram uma região lá para os lados do mar negro e foram exterminados no século IX. Pouco antes desse acontecimento, o seu chefe convocou representantes das três grandes religiões das redondezas com o intuito de escolher uma."

julho 09, 2005

Baco

Deus do vinho e da " bebedeira", da colheita e da fertilidade. A sua lenda é complexa porque reúne vários elementos oriundos da Grécia e de países vizinhos. Filho de Júpiter e Sêmele, foi educado no vale de Nisa pelas Ninfas. Já adulto, descobriu a vinha e seu uso. Enlouquecido por Juno, andou errante pelo Egipto, pela Síria e pela Frigia, onde a deusa Cibele o iniciou ao seu culto. Em todos os países, ensinava aos homens o trato da videira e a produção do vinho. Cansado de tantas viagens, voltou à Grécia onde recebeu o apoio de Cibele. Posteriormente, chegou à Índia, país que conquistou pela força das armas e pelo seu poder místico.Montava um carro puxado por panteras e ornado de ramos de videira e hera. Fazia-se acompanhar por um cortejo de Sátiros, Silenos e Bacantes (seguidoras de Baco. Acompanharam-no na sua viagem à Índia. Não eram sacerdotisas, mas ocupavam um lugar de destaque na religião e no culto a esse deus.Empunhavam o tirso, espécie de lança enramada de hera. Cobertas apenas por peles de leão, celebravam as orgias com gritos e danças desnorteadas. Mergulhavam em êxtase místico e adquiriam uma força prodigiosa, de que muitos heróis foram vítimas).Voltando à Beócia, introduziu em Tebas os Bacanais (festas romanas celebradas em honra a Baco. Embora não fossem iguais em todas as regiões, identificavam-se sempre pelo carácter orgíaco e pela presença de mulheres tomadas de delírio).Penteu, o rei da cidade, opôs-se ao seu culto e ele, como de costume, lançou mão do vinho para se impor: embriagou as mulheres e levou-as a matar o soberano.Em Orcômeno, onde reinava Mínias, procurou convencer o povo a juntar-se à comitiva do vinho. As filhas do rei, Alcítoe, Arsipa e Leucipa, recusaram-se a acompanhá-lo e receberam um atroz castigo.Mais tarde, quando caminhava numa praia, Baco foi raptado por piratas, que acabaram transformados em delfins. Só escapou Acetes, que se opusera ao plano dos companheiros.O deus dirigiu-se de seguida à ilha de Naxos, onde casou com Ariadne.

julho 07, 2005

Wilhelm Reich 1897-1957


"A raça humana enfrentaria o pior, o mais devastador desastre dos desastres se, de repente, chegasse, de uma só vez, a ter pleno conhecimento da função da Vida, da função do orgasmo, e dos segredos do assassinato de Cristo. Há boas e justas razões para que a raça humana tenha-se recusado a conhecer a profundidade e a verdadeira dinâmica de sua miséria crônica. Uma tal erupção repentina de conhecimentos paralisaria e destruiria tudo o que, de certa forma, mantém a sociedade caminhando, a despeito das guerras, da fome, dos massacres emocionais, da miséria das crianças, etc."
Wilhelm Reich (1951), em "O Assassinato de Cristo",

"Fui acusado de ser um utópico, de querer eliminar o desprazer do mundo e defender apenas o prazer. Contudo, tenho declarado claramente que a educação tradicional torna as pessoas incapazes para o prazer encouraçando-as contra o desprazer. Prazer e alegria de viver são inconcebíveis sem luta, experiências dolorosas e embates desagradáveis consigo mesmo. A saúde psíquica não se caracteriza pela teoria do nirvana dos iogues e dos budistas, nem pela hedonismo dos epicuristas, nem pela renúncia monástica; caracteriza-se, isso sim, pela alternância entre a luta desprazerosa e a felicidade, o erro e a verdade, o desvio e a correção da rota, a raiva racional e o amor racional; em suma, estar plenamente vivo em todas as situações da vida. A capacidade de suportar o desprazer e a dor sem se tornar amargurado e sem se refugiar na rigidez, anda de mãos dadas com a capacidade de aceitar a felicidade e dar amor."

Wilhelm Reich (1942) em "A Função do Orgasmo""

julho 05, 2005

William Blake(1757-1827)

Se as portas da percepção fossem limpas, tudo apareceria ao homem como realmente é:infinito".

Ver um mundo num grão de areia
E um céu numa flor selvagem
É ter o infinito na palma da mão
E a eternidade em uma hora.

Não há mais tormentos. Carne e espírito estão refundidos numa nova metafísica. O poeta condena os tímidos, os inseguros e os covardes que se recusam a ver a verdade:
"Quem recusa o desejo assim o faz porque o seu é fraco o suficiente para o desejar; e o desejo, ou razão, usurpa-lhe o lugar e governa o inapetente.E, resguardando-se, aos poucos se apassiva, até não ser mais que a sombra do desejo."

William Blake (1757-1827)



" Sem Contrários não há progressão.
Atracção e Repulsão, Razão e Energia, Amor e Ódio são necessários á existência humana.
Destes contrários deriva o que o homem religioso chama de Bem e o Mal. O Bem é a passividade que obedece á Razão. O Mal é a actividade que nasce da Energia.
O Bem é o Céu. o Mal é o Inferno. "
-A mesma Lei para o Leão e para o Boi é Opressão
-Á cabeça o Sublime, ao coração o Sentimento, aos orgãos genitais a Beleza, ás mãos e aos pés a Proporção.
Tal como o ar para o pássaro e a água para o peixe, assim o desprezo ao desprezível.

" A União do Céu e do Inferno ( escrito entre 1790 e 1793)

julho 01, 2005

Gustave Flaubert

".... quando se extinguirá esta socidade corrompida por todas as devassidões, devassidões de espirito, de corpo e de alma? Quando morrer esse vampiro mentiroso e hipócrita a que se chama civilização, haverá sem duvida alegria sobre a terra; abondonar-se-á o manto real, o ceptro, os diamentes, o palácio em ruinas, a cidade a desmoronar-se, para se ir ao encontro da égua e da loba.
Depois de ter passado a vida nos palácios e gasto os pés nas lages das grandes cidades, o homem irá morrer nos bosques.
Porque tudo tem de acabar e a terra, de tanto ser pisada, tem de gastar-se; porque a imensidão deve acabar por cansar-se desse grão de poeira que faz tanto alarido e perturba a majestade do nada. De tanto passar de mãos e corromper, o outro esgotar-se-á; este vapor de sangue abrandará, o palácio desmoronar-se-á e sob o peso das riquezas que oculta, a orgia cessará e nós despertaremos
.
Gustave Flaubert, in ' Memória de um Louco '