Para vós são estes versos, pela consoladora
Graça dos olhos onde chora e ri um sonho
Doce, pela vossa alma pura e sempre boa,
Versos do fundo desta aflição opressora.
Porque, ai! o pesadelo hediondo que me assombra
Não dá tréguas e, louco, furioso, ciumento,
Multiplica-se como um cortejo de lobos
E enforca-se com o meu destino que ensangüenta!
Ah ! sofro horrivelmente, ao ponto de o gemido
Desse primeiro homem expulso do Paraíso
Não passar de uma écloga à vista do meu !
E os cuidados que vós podeis ter são apenas
Andorinhas voando à tarde pelo céu
- Querida - num belo dia ameno de setembro
Paul Verlaine (1844-1896)
5 comentários:
ADOREI!! Adorei de amar! Que lindo texto.
Bjks
Muito bonito.
Mas...
Ahhhhhhhhhhhhhhhhh nem sempre é fácil ser-se mulher!, num Mundo que ainda em muito pertence aos homens...
Bjs
"Chora em meu coração / Como chove sobre a cidade / Que langor é esse / que penetra meu coração?" - Só mesmo um grande poeta aliado a um grande amor não correspondido para versar a vida! Verlaine inspirou muita da música clássica que por aí se houve.
Bonito texto de quando a poesia mais do que arrojada era essencialmente poética. Ás vezes é bom voltar a este "saturniano". Gostei...
Best regards from NY! »
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